OBSTETRÍCIA

 

         

ENTENDO AS NUANCES DA PROFISSÃO DE OBSTETRA:

O termo que identifica a obstetrícia tem origem no latim obstare que se traduz como “ficar ao lado”. E é essa a função do(a) médico(a) obstetra, o acompanhamento da gestação desde o pré-natal, até o período pós-parto.

Desse modo, auxilia a mulher nesse momento tão singular e importante na sua vida, utilizando de seus conhecimentos e técnicas aprendidas para identificar alterações e possíveis complicações, podendo corrigi-las a tempo.

 

Acompanhamento Pré-Natal:

Baseia-se em consultas médicas rotineiras para seguimento e avaliação da saúde da mãe e de seu bebê.

Geralmente são mensais até o oitavo mês, quando passam a ser quinzenais e semanais até o nascimento.

É importante para a realização de uma série de exames laboratoriais e de ultrassonografias que diagnosticarão possíveis alterações e doenças que serão tratadas o mais precocemente. Além da atualização da vacinação, reforço de práticas saudáveis e o momento ideal para sanar dúvidas e aflições da mãe e sua parceria.

 

O Parto, momento mais esperado:

Basicamente temos dois tipos de partos: vaginal e cesárea.

O parto deve acontecer preferencialmente em ambiente hospitalar e a decisão pela via mais adequada é feita considerando-se a escolha da parturiente e as condições clínicas do binômio mãe-feto.

O pré-natal é essencial nesse contexto, pois somente desse modo terei conhecimento da saúde da mãe e de seu bebê e, assim, numa relação de confiança e cumplicidade, a decisão poderá ser tomada com clareza pela paciente, visando o bem-estar e a segurança de ambos.

O parto vaginal pode ser realizado sem ou com o mínimo de intervenções médicas (parto natural) ou sob anestesia e uso de ocitocina, por exemplo, que funciona incrementando as contrações do útero e até a realização de episiotomia (corte no períneo) e/ou uso de fórceps quando extremamente necessários e com consentimento da gestante, respeitando sempre seu protagonismo.

Nem sempre o parto vaginal é possível ou desejado pela paciente, então, nesses casos, procede-se à realização da cesariana que é uma cirurgia e, por essa razão, com riscos inerentes ao procedimento e demandando uma recuperação mais demorada.

A cesárea é considerada segura nos dias de hoje e realizada de modo humanizado.

 

Período pós-parto: 

Trata-se do puerpério, período em que a mulher experimenta modificações físicas e psicológicas num curto espaço de tempo.

Inicia-se quando cessam as interações hormonais entre a placenta e o organismo materno e seu término é impreciso, mas costuma-se aceitar o momento em que a paciente volta a ter seus ciclos ovulatórios e as condições normais da fase pré-gestacional.

É essencial que a paciente mantenha o acompanhamento com seu obstetra. Oriento retorno ao consultório em 7 a 10 dias após o parto e em 40 dias para revisão puerperal.

Nesses momentos, serão avaliados os aspectos referentes à sua saúde física como a loquiação (sangramento uterino no pós-parto), involução uterina, avaliação de alguma possível cicatriz de cesárea ou na região do períneo, amamentação, discussão sobre anticoncepção e seu estado psíquico.

As orientações e o acompanhamento multidisciplinar são importantes para enfrentar esse período intenso de mudanças, além de uma rede de apoio que realmente dê segurança e diminua a carga sobre a mulher, procurando evitar a auto-cobrança e cultivar a resiliência. Lembrando-se de que é temporário.